Comitê das Bacias Metropolitanas de Fortaleza define parâmetros para alocação negociada de água dos açudes da região

Nesta quinta-feira (26), o Comitê das Bacias Metropolitanas de Fortaleza definiu os parâmetros para a operação de liberação de água dos açudes monitorados da região até janeiro de 2026. A discussão ocorreu durante a 36ª Reunião Extraordinária do colegiado, em Fortaleza.

De acordo com a Funceme, a média histórica da quadra chuvosa para a Região Metropolitana de Fortaleza é de 728,3 mm. Neste ano, foi registrada uma média de 736,5 mm, o que representa um aumento de aproximadamente 1% em relação à média do período.

O Analista em Gestão de Recursos Hídricos, André Rufino, apresentou a situação hídrica dos 13 reservatórios monitorados. 

O Comitê analisou os dados e aprovou as seguintes vazões para as alocações negociadas de água 2025.2:

  • Açude Acarape do Meio  – vazão de 700 l/s, sendo 500 l/s para captação no lago e 200 para perenização;
  • Açude Aracoiaba – vazão de 380 l/s, sendo 230 l/s para captação no lago e 150 para perenização;
  • Açude Batente – vazão de 120 l/s, sendo 35 l/s para captação no lago e 85 para perenização;
  • Açude Castro – vazão de 80 l/s, sendo 30 l/s para captação no lago e 50 para perenização;
  • Açude Catucinzenta – vazão de 174 l/s, apenas para perenização;
  • Açude Germinal – vazão de 45 l/s, sendo 15 l/s para captação no lago e 30 para perenização;
  • Açude Itapebussu – vazão de 100 l/s, sendo 20 l/s para captação no lago e 80 para perenização;
  • Açude Macacos – vazão de 35 l/s, sendo 20 l/s para captação no lago e 15 para perenização;
  • Açude Malcozinhado – vazão de 140 l/s, sendo 90 l/s para captação no lago e 50 para perenização;
  • Açude Penedo – vazão de 45 l/s, sendo apenas para captação no lago;
  • Açude Pesqueiro – vazão de 50 l/s, sendo 35 l/s para captação no lago e 15 para perenização;
  • Açude Pompeu Sobrinho – vazão de 15 l/s, sendo apenas para captação no lago;
  • Açude Tijuquinha – vazão de 60 l/s, sendo apenas para captação no lago.
Açude Acarape do Meio. Foto: GR Metropolitana/Cogerh

Esses dados serão apresentados e debatidos nas reuniões com as Comissões Gestoras dos açudes, que definirão a vazão média a ser adotada para o período. Os encontros, com a participação dos usuários de água das respectivas localidades, devem ocorrer até o fim de agosto.

Dos 10 reservatórios restantes, três integram sistemas não alocados, dois são voltados para contenção de cheias urbanas, e cinco fazem parte do Sistema Integrado de Abastecimento da RMF e do CIPP, conforme detalhado na tabela a seguir:

Plano de Secas em desenvolvimento

Também foi apresentado ao colegiado o Plano de Gestão Proativa de Secas dos açudes Castro e Pesqueiro, o terceiro e o quarto reservatórios da região a participarem da iniciativa, respectivamente. O plano busca, a curto prazo, desenvolver instrumentos para mitigar os impactos da seca, considerando as demandas e ofertas hídricas de cada contexto regional.

O professor Marcelo Cavalcanti, da Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira (Unilab), explicou os detalhes do trabalho e informou que os projetos estão avançando para a terceira e última etapa: a aprovação dos planos de trabalhos.

“O Plano de Ação tem como objetivo promover o entendimento e a adaptação das comunidades aos hidrossistemas em que estão inseridas, de modo que, ao colocá-lo em prática, seja possível minimizar os impactos sobre os reservatórios em eventuais períodos de seca”, afirmou.

O Plano de Secas é uma iniciativa desenvolvida e coordenada pelo Programa Cientista Chefe de Recursos Hídricos, vinculado à Universidade Federal do Ceará (UFC), em parceria com a Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos (Cogerh), com apoio institucional da Fundação Cearense de Apoio ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico (Funcap).

Até o momento, o Ceará tem 12 planos concluídos (Patu, Fogareiro-Quixeramobim, Carnaubal, Jaburu I, Missi, Tejuçuoca, Trussu, Angicos, Ubaldinho, Riacho do Sangue, Acarape do Meio e Catucinzenta) e seis em desenvolvimento (Arneiroz II, Mundaú, Cachoeira, Pedras Brancas, Castro e Pesqueiro).

Capacitação sobre o Regimento Interno do CBH-RMF

Na sequência, Edecarlos Rulim, técnico da Gerência Participativa, conduziu uma capacitação com os membros do CBH-RMF sobre o Regimento Interno do comitê. 

Durante a apresentação, ele abordou o conceito do regimento e detalhou os capítulos que tratam das atribuições, composição, administração, deveres e responsabilidades, desligamento de membros e funcionamento das comissões gestoras de sistemas hídricos, com o objetivo de promover uma melhor compreensão por parte da plenária.

Momento em alusão ao Junho Ambiental

A programação foi encerrada com um momento de confraternização entre os membros, em alusão ao Junho Ambiental. Na ocasião, foram apresentadas as ações realizadas pelos membros do CBH-RMF e pelas Comissões Gestoras em comemoração à data. Além da distribuição de mudas de espécies nativas e medicinais.

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