Nesta quarta-feira (9), a Comissão Gestora do Açude Castro participou da 3ª oficina de elaboração do Plano de Gestão Proativa de Secas do hidrossistema. O encontro foi realizado no Sindicato dos Servidores Públicos do município de Itapiúna e teve como objetivo definir o cenário mais favorável de enfrentamento às situações de escassez hídrica.

O momento foi conduzido pelos professores Marcelo Cavalcanti e Luiz Júnior, da Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira (Unilab), com apoio da equipe técnica da Cogerh.

Cenário aprovado

O professor Luiz Júnior apresentou o diagnóstico hídrico do hidrossistema Castro, detalhando a demanda e a oferta de água na região em condições de normalidade.

Durante sua explanação, foram destacados os principais usos hídricos no sistema, que incluem o abastecimento humano, a dessedentação animal, a irrigação e a aquicultura.

Açude Castro – Itapiúna/CE. Foto: GR Metropolitanas/Cogerh.

A partir do diagnóstico e das simulações baseadas no histórico de armazenamento do reservatório e na vazão de melhor rendimento hidrológico, foram propostos dois cenários de liberação de água para cada estado de seca:

Cenário 1

  • Estado de normalidade (150 l/s); 
  • Estado de alerta (120 l/s); 
  • Estado de seca (90 l/s); 
  • Estado de seca severa (45 l/s).

Cenário 2

  • Estado de normalidade (150 l/s);
  • Estado de alerta (105 l/s);
  • Estado de seca (75 l/s);
  • Estado de seca severa (45 l/s).

Após discussão em plenária, o cenário 1 foi o mais votado, recebendo 9 votos, enquanto o cenário 2 obteve 5 votos. A proposta será encaminhada ao Comitê da RMF para análise e aprovação final.

Plano de Ação

O professor Marcelo Cavalcanti apresentou os resultados do Plano de Ação do Açude Castro elaborado pela Comissão Gestora durante a 2ª oficina de trabalho.

O documento aborda, para cada um dos estados de seca, os principais problemas identificados, as ações propostas, os responsáveis por sua execução e as classes de ação, estruturadas em torno de quatro eixos temáticos: impacto no fornecimento e acesso à água, impactos sociais, ambientais e econômicos.

A apresentação destacou as seguintes conclusões

  • A gestão integrada e participativa é fundamental para o enfrentamento das secas recorrentes;
  • A combinação entre infraestrutura, governança e educação fortalece a relação das comunidades com o território e com o semiárido;
  • A conservação ambiental e a recuperação de Áreas de Preservação Permanente (APPs) contribuem para a redução das vulnerabilidades hídricas;
  • O monitoramento contínuo aliado à participação comunitária assegura a sustentabilidade das ações propostas.

Sobre o Plano

O Plano de Secas é um programa desenvolvido e coordenado pela Universidade Federal do Ceará (UFC), em parceria com a Companhia de Gestão de Recursos Hídricos (Cogerh), e tem apoio institucional da Fundação de Apoio ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico (Funcap), por meio do projeto “Desenvolvimento de Ferramentas Tecnológicas de Gestão para o Planejamento dos Recursos Hídricos do Estado do Ceará: Segurança Hídrica e Planejamento de Secas”.

Ele visa desenvolver ações para gestão de recursos hídricos em situação de escassez, aperfeiçoando o planejamento nas regiões. Por meio de estratégias operacionais, o plano conta com três esferas integradas: Alocação de Água, Plano de Segurança Hídrica e Plano de Gestão de Secas.

Juntamente com os Comitês de Bacia e as Comissões Gestoras, o documento estratégico, de curto prazo, visa definir ações capazes de diminuir o impacto das secas hídricas, acordando com os processos estabelecidos na alocação negociada de água já existentes.

De forma proativa, o Plano tem três pilares fundamentais que contemplam diferentes escalas e finalidades: o monitoramento preventivo e o alerta precoce, a avaliação da vulnerabilidade, do impacto e a mitigação, o planejamento e as medidas de respostas.

Até o momento, o Ceará tem 10 planos concluídos (Patu, Fogareiro-Quixeramobim, Carnaubal, Jaburu I, Missi, Tejuçuoca, Trussu, Angicos, Ubaldinho e Riacho do Sangue) e oito em desenvolvimento (Arneiroz II, Mundaú, Cachoeira, Pedras Brancas, Castro, Pesqueiro e Santo Antônio de Russas).

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