Nesta terça-feira (14), a Comissão Gestora do Açude Aracoiaba se reuniu para discutir o andamento da operação do reservatório para o segundo semestre de 2025 e avançar na construção do Plano de Gestão Proativa de Secas do hidrossistema.
O encontro, promovido pela Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos (Cogerh) por meio da Gerência Regional das Bacias Metropolitanas, ocorreu na Instituição Sócio Comunitária da Agrovila de Aracoiaba.
Operação do Açude Aracoiaba
O Analista em Gestão de Recursos Hídricos da Cogerh, André Rufino, apresentou os dados da operação do Açude Aracoiaba.
A vazão média alocada para o segundo semestre de 2025 até janeiro de 2026 foi definida em 380 litros por segundo (l/s), sendo 230 l/s destinados ao abastecimento humano dos municípios de Aracoiaba, Baturité, Ocara, além de outros usos, e 150 l/s para a perenização do Rio Aracoiaba.

Com um volume hídrico confortável de 153 milhões de m³, equivalente a 94% da capacidade total do reservatório, a operação registra um saldo positivo de 8 milhões de m³, representando uma diferença de 5% entre os volumes simulado e realizado.

Uma nova reunião está prevista para janeiro de 2026, quando será feita a avaliação final da operação do período.
Plano de Secas
Na ocasião, também foi realizada a segunda oficina de elaboração do Plano de Gestão Proativa de Secas do Açude Aracoiaba. A atividade foi conduzida pelos professores Alexandre Costa, Marcelo Cavalcanti e Lailson da Silva, da Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira (Unilab), com apoio técnico da Cogerh.
O objetivo foi apresentar o diagnóstico hídrico e social do reservatório, elaborado com base em dados técnicos da Cogerh e nas contribuições dos membros da Comissão Gestora durante a primeira oficina.
O professor Alexandre Costa abordou os aspectos técnicos do açude, como os diferentes usos da água e as vazões operadas em situações normais e de escassez. Já o professor Marcelo Cavalcanti fez uma análise dos impactos econômicos, sociais e ambientais das secas na região, a partir de questionários aplicados na oficina anterior.


Elaboração do Plano de Ação
Com base no diagnóstico, os membros da Comissão foram divididos em grupos para traçar um Plano de Ação em quatro eixos temáticos: impactos sociais, impactos econômicos, impactos ambientais e acesso à água.




Cada grupo identificou os principais problemas de seu eixo, propôs soluções e apontou os órgãos responsáveis por sua execução.
Seca em Jogo
A programação incluiu também a aplicação da dinâmica “Seca em Jogo”, ferramenta desenvolvida pelo Programa Cientista-Chefe de Recursos Hídricos em parceria com a Funceme e a Cogerh. A atividade busca estimular a participação social na construção de estratégias para enfrentar períodos de seca.

A terceira e última oficina está prevista para novembro de 2025, quando o plano final será apresentado à Comissão Gestora e, posteriormente, submetido à aprovação do Comitê de Bacias Hidrográficas da Região Metropolitana de Fortaleza.
Sobre o Plano
O Plano de Secas é coordenado pela Universidade Federal do Ceará (UFC), através do Programa Cientista-Chefe, em parceria com a Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos (Cogerh) e apoio institucional da FUNCAP. A iniciativa integra o projeto “Desenvolvimento de Ferramentas Tecnológicas de Gestão para o Planejamento dos Recursos Hídricos do Estado do Ceará: Segurança Hídrica e Planejamento de Secas”.
Seu objetivo é desenvolver ações de gestão para situações de escassez, fortalecendo o planejamento regional com estratégias operacionais que envolvem três esferas integradas: Alocação de Água, Plano de Segurança Hídrica e Plano de Gestão de Secas.
Com foco em ações de curto prazo, o plano busca reduzir os impactos da seca hídrica por meio de três pilares: monitoramento preventivo e alerta precoce; avaliação de vulnerabilidades e impactos; e medidas de planejamento e resposta, em articulação com os Comitês de Bacia e Comissões Gestoras.