Comissão Gestora acompanha operação do Açude Batente e avança para 2ª etapa do Plano de Secas do hidrossistema

Nesta terça-feira (21), a Comissão Gestora do Açude Batente se reuniu para discutir o andamento da operação do reservatório para o segundo semestre de 2025 e dar continuidade à elaboração do Plano de Gestão Proativa de Secas do hidrossistema.

O encontro, promovido pela Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos (Cogerh) por meio da Gerência Regional das Bacias Metropolitanas, ocorreu na Câmara Municipal de Ocara.

Operação do Açude Batente

O Analista em Gestão de Recursos Hídricos da Cogerh, André Rufino, apresentou os dados da operação do Açude Batente.

A vazão média alocada para o segundo semestre de 2025 até janeiro de 2026 foi definida em 120 litros por segundo (l/s), sendo 35 l/s destinados ao abastecimento humano dos distritos de Ocara e Morada Nova, e 85 l/s para a perenização do Rio Piranji.

Com um volume hídrico de 23,93 milhões de m³, equivalente a 52,67% da capacidade total do reservatório, a operação registra um saldo positivo de 1,59 milhão de m³, representando uma diferença de 3% entre os volumes simulado e realizado.

O saldo hídrico positivo significa que, ao comparar o volume de água simulado com o volume realmente medido no açude, o reservatório apresentou um resultado melhor do que o esperado — ou seja, armazenou mais água do que o previsto.

Açude Batente – Ocara/CE. Foto: Cogerh/GR Metropolitanas

Uma nova reunião está prevista para janeiro de 2026, quando será feita a avaliação final da operação do período.

Plano de Secas

Na ocasião, também foi realizada a segunda oficina de elaboração do Plano de Gestão Proativa de Secas do Açude Aracoiaba. A atividade foi conduzida pelos professores Luiz Júnior, Lailson da Silva e Marcelo Cavalcanti, da Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira (Unilab), com apoio técnico da Cogerh.

O objetivo foi apresentar o diagnóstico hídrico e social do reservatório, elaborado com base em dados técnicos da Cogerh e nas contribuições dos membros da Comissão Gestora durante a primeira oficina.

O professor Luiz Júnior abordou os aspectos técnicos do açude, como os diferentes usos da água e as vazões operadas em situações normais e de escassez. Já o professor Lailson da Silva fez uma análise dos impactos econômicos, sociais e ambientais das secas na região, a partir de questionários aplicados na oficina anterior.

Elaboração do Plano de Ação

Com base no diagnóstico, os membros da Comissão foram divididos em grupos para traçar um Plano de Ação em quatro eixos temáticos: impactos sociais, impactos econômicos, impactos ambientais e acesso à água.

Cada grupo identificou os principais problemas de seu eixo, propôs soluções e apontou os órgãos responsáveis por sua execução.

Seca em Jogo

A programação incluiu também a aplicação da dinâmica “Seca em Jogo”, ferramenta desenvolvida pelo Programa Cientista-Chefe de Recursos Hídricos em parceria com a Funceme e a Cogerh. A atividade busca estimular a participação social na construção de estratégias para enfrentar períodos de seca.

A terceira e última oficina está prevista para novembro de 2025, quando o plano final será apresentado à Comissão Gestora e, posteriormente, submetido à aprovação do Comitê de Bacias Hidrográficas da Região Metropolitana de Fortaleza.

Sobre o Plano

O Plano de Secas é coordenado pela Universidade Federal do Ceará (UFC), através do Programa Cientista-Chefe, em parceria com a Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos (Cogerh) e apoio institucional da FUNCAP. A iniciativa integra o projeto “Desenvolvimento de Ferramentas Tecnológicas de Gestão para o Planejamento dos Recursos Hídricos do Estado do Ceará: Segurança Hídrica e Planejamento de Secas”.

Seu objetivo é desenvolver ações de gestão para situações de escassez, fortalecendo o planejamento regional com estratégias operacionais que envolvem três esferas integradas: Alocação de Água, Plano de Segurança Hídrica e Plano de Gestão de Secas.

Com foco em ações de curto prazo, o plano busca reduzir os impactos da seca hídrica por meio de três pilares: monitoramento preventivo e alerta precoce; avaliação de vulnerabilidades e impactos; e medidas de planejamento e resposta, em articulação com os Comitês de Bacia e Comissões Gestoras.


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