Como forma de gerenciar e preservar a disponibilidade da água subterrânea na APA de Baturité, a Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos (Cogerh) avança nos estudos que ordenam os “pontos d’água” na região serrana. A iniciativa resultou no cadastramento de 1506 poços, entre poços amazonas e poços tubulares rasos e profundos, além de fontes naturais de água (nascentes/olhos d’água). Os estudos também avaliam, entre outros aspectos, a qualidade da água subterrânea na APA da Serra de Baturité.

Diferente do contexto predominante da semiaridez no seu entorno, a Serra de Baturité constitui uma exceção no Estado, quanto às condições naturais. Com registros médios pluviométricos de 1500 mm por ano, a região, transformada em APA pelo decreto nº 27290 de 2003, ainda não possuía levantamento quantitativo de poços e nascentes. “São informações primordiais para a gestão e disciplinamento da água subterrânea da região. O cadastramento vai servir de base para o processos de outorga e facilitar o acesso de informações para o usuário”, explica o geógrafo da Cogerh, Davi Pereira, sobre os objetivos do cadastro.

Com finalidade majoritária para abastecimento humano, os poços cadastrados estão divididos em sete municípios que compõem a APA. São eles: Aratuba, Baurité, Guaramiranga, Mulungu, Pacoti, Palmácia e Redenção. Os municípios de Capistrano e Caridade não apresentaram pontos de água subterrânea na área da APA.

Comitê de Bacia Hidrográfica da RMF

O cadastro ajuda a otimizar políticas públicas no Estado, como explica Zulene Almada, gerente de Estudos e Projetos da Cogerh. “O levantamento irá fornecer subsídios para o planejamento e execução de programas gestão de água subterrânea”, explica. Além disso, a gerente frisa o acompanhamento do cadastro por parte do Comitê das Bacias Hidrográficas da Região Metropolitana de Fortaleza. “A Cogerh apresentou o resultado do estudo aos membros do Comitê de Bacia da Região Metropolitana em outubro do ano passado. O entendimento deles sobre o estudo é essencial para a gestão compartilhada dos recursos hídricos na região”, reflete.

Área de abrangência da APA

Qualidade da Água

Em meio a rotina de moradores e turistas que frequentam a APA, a Cogerh realizou ainda análises importantes para medição da qualidade da água subterrânea. O procedimento levou em consideração parâmetros físico-químicos, como condutividade elétrica (CE), sólidos totais dissolvidos (STD) e potencial hidrogeniônico (pH) da água. A conclusão foi o predomínio de baixas concentrações de sais dissolvidos, além de pH neutro, indicando bom estado da água. “Considerando essas variáveis, as águas estão próprias para o consumo humano, animal e de atividades de lazer”, atesta Zulene.

Com investimento de 370 mil reais, o cadastro foi finalizado em agosto de 2019. De acordo com Zulene, os resultados obtidos até agora são considerados relevantes. “‘É o primeiro passo para regularização dos poços. Dos 1506 identificados, apenas 43 estão outorgados. A base de informações está pronta para Campanhas de Regularização de poços na região”, frisa a gerente.

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