Nesta terça-feira (10), a Comissão Gestora do Sistema Hídrico Catucinzenta participou da 3ª oficina de elaboração do Plano de Seca da região. O encontro ocorreu no município de Aquiraz.
O momento foi conduzido pelos professores Marcelo Cavalcanti, Luiz Júnior e Lailson Silva, da Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira (Unilab), com apoio da equipe técnica da Cogerh e do Programa Cientista Chefe de Recursos Hídricos.
O objetivo do encontro foi validar o Plano de Ação, apresentar e discutir junto à Comissão Gestora os cenários propostos e aprovar o documento a fim de traçar um plano efetivo para os problemas identificados.
O professor Lailson Ferreira apresentou o quadro de Plano de Ação, que foi dividido nos seguintes eixos temáticos: impactos sociais, impactos econômicos, impactos ambientais e fornecimento ou acesso à água.
Também especificou os tipos de impactos, problemas, ações, descrição da ação, responsáveis pela ação e sua classe de ação. Ainda durante sua apresentação, Lailson discutiu melhorias e implementação de novas ideias para o plano de ação juntamente com a comissão gestora e equipe técnica da Cogerh.
Em seguida, o professor Luiz Júnior apresentou a Definição dos Cenários e Gatilhos de Seca, destacando as possibilidades e medidas possíveis para os diferentes cenários de cada estado de seca: normal, alerta, seca e seca severa.
Sua apresentação foi dividida nos principais tópicos: diagrama de uso no hidrosistema, estados de seca e gatilho de ações, permanência desejável em cada estado de seca, racionamento em cada estado de seca e possibilidades em cada estado de seca.
Validação do Plano de Ação
O professor Luiz Júnior apresentou duas possibilidades para os estados de secas com o objetivo de validar a melhor opção para a Comissão Gestora do Açude Catucinzenta.
Na primeira possibilidade, explicou que foi feita uma simulação com base nas medidas tomadas na última seca do açude, onde: até 26% do seu volume, seria considerado um nível normal com racionamento de 0% e viabilidade de liberação de 87l/s; entre 26% e 18% do seu volume, seria considerado um nível de alerta com racionamento de 20% e viabilidade de liberação de 68l/s; entre 18% e 14% do seu volume seria considerado um nível de seca com racionamento de 30% e viabilidade de liberação de 59l/s e estando abaixo de 14% do seu volume, seria considerado um nível de seca severa com racionamento de 40% e viabilidade de liberação de 51l/s.
Na segunda possibilidade, explicou que foi realizada uma projeção em que há um racionamento mais severo que a primeira possibilidade, onde: até 26% do seu volume, seria considerado um nível normal com racionamento de 0% e viabilidade de liberação de 87l/s; entre 26% e 18% do seu volume, seria considerado um nível de alerta com racionamento de 25% e viabilidade de liberação de 64l/s; entre 19% e 14% do seu volume, seria considerado um nível de seca com racionamento de 45% e viabilidade de liberação de 51l/s e estando abaixo de 14% do seu volume, seria considerado um nível de seca severa com racionamento de 60% e viabilidade de liberação de 35l/s.
Finalizadas as discussões, a Comissão Gestora aprovou a primeira possibilidade: Nível normal (26% ou mais): sem racionamento, liberação de 87l/s. Nível de alerta (entre 26% e 18%): racionamento de 20%, liberação de 68l/s. Nível de seca (entre 18% e 14%): racionamento de 30%, liberação de 59l/s. Nível de seca severa (abaixo de 14%): racionamento de 40%, liberação de 51l/s.
Sobre o Plano
O trabalho é realizado pelo Programa Cientista Chefe de Recursos Hídricos, desenvolvido e coordenado pela Universidade Federal do Ceará (UFC), em parceria com a Companhia de Gestão de Recursos Hídricos (COGERH), com o financiamento da Fundação de Apoio ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FUNCAP).
Até o momento, o Ceará tem 6 planos concluídos (Patu, Fogareiro-Quixeramobim, Carnaubal, Jaburu I, Missi e Tejuçuoca) e quatro em desenvolvimento (Bacia do Coreaú, Arneiroz II, Trussu e Mundaú). Nas Bacias Metropolitanas, o do hidrossistema Catucinzenta seria o primeiro.