Na última sexta-feira (31), membros da Comissão Gestora do Sistema Hídrico do Açude Acarape do Meio reuniram-se, no Cine Paroquial de Acarape, para a 3ª oficina de elaboração do Plano de Seca do hidrossistema.
3º Oficina do Plano de Secas
O momento foi conduzido pelos professores Marcelo Cavalcanti e Alexandre Costa da Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira (Unilab), com apoio da equipe técnica da Cogerh e do Programa Cientista Chefe de Recursos Hídricos.
O objetivo do encontro foi validar o Plano de Ação, apresentar e discutir junto à Comissão Gestora os cenários propostos e aprovar o documento a fim de traçar um plano efetivo para os problemas identificados.
O professor Marcelo Cavalcanti apresentou o quadro de Plano de Ação, que foi dividido nos seguintes eixos temáticos: impactos sociais, impactos econômicos, impactos ambientais e fornecimento ou acesso à água. O plano destacou as possibilidades e medidas possíveis para os diferentes cenários de cada estado de seca: normal, alerta, seca e seca severa.
Também especificou os tipos de impactos, problemas, ações, descrição da ação, responsáveis pela ação e sua classe de ação.
Em seguida, o professor Alexandre Costa apresentou o Plano de Gestão Proativa de Secas, detalhando o Diagnóstico Hídrico e Estados de Seca para o Açude Acarape do Meio.
Sua apresentação foi dividida nos principais tópicos: localização e dados técnicos, fontes e usos hídricos, demandas hídricas, vazão de planejamento, vazão de planejamento vs demanda hídrica e estados de seca do açude.
Aprovação do Plano de Ação
O professor Alexandre Cavalcanti apresentou a possibilidade para os estados de secas com o objetivo de validação por parte da Comissão Gestora do Açude Acarape do Meio.
Detalhou o atendimento por estado de seca, em que, através de uma simulação, obteve-se o seguinte resultado: em nível normal, seriam liberados 748 l/s, resultando em 100% de atendimento em 85% do tempo; em nível de alerta, seriam liberados 411 l/s, resultando em 55% de atendimento em 5% do tempo; em nível de seca, seriam liberados 374 l/s, resultando em 50% de atendimento em 4% do tempo; e em nível de seca severa, seriam liberados 359 l/s, resultando em 48% de atendimento em 6% do tempo.
Finalizadas as discussões, a Comissão Gestora aprovou o plano que será apresentado na 79º Reunião Ordinária do Comitê de Bacias Hidrográficas da Região Metropolitana de Fortaleza (CBH-RMF), no dia 13 de fevereiro de 2025.
Sobre o Plano
O trabalho é realizado pelo Programa Cientista Chefe de Recursos Hídricos, desenvolvido e coordenado pela Universidade Federal do Ceará (UFC), em parceria com a Companhia de Gestão de Recursos Hídricos (COGERH), com o financiamento da Fundação de Apoio ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FUNCAP).
Até o momento, o Ceará tem 6 planos concluídos (Patu, Fogareiro-Quixeramobim, Carnaubal, Jaburu I, Missi e Tejuçuoca) e quatro em desenvolvimento (Bacia do Coreaú, Arneiroz II, Trussu e Mundaú). Nas Bacias Metropolitanas, o do hidrossistema Acarape do Meio seria o segundo.
Na ocasião, o Gerente Regional das Bacias Metropolitanas, Rodrigo Vasconcelos, apresentou o histórico de alocação referente ao período.
Em reunião de operação realizada no dia 20 de junho, a Comissão Gestora aprovou a vazão média de 800 l/s, sendo 600 l/s destinados ao abastecimento humano e até 200 l/s para o rio. No período, o açude registrava um volume de 29,280 milhões de metros cúbicos, equivalente a 100% da sua capacidade.
Na reunião de acompanhamento, realizada no dia 24 de outubro, foi informado que a operação do Açude Acarape do Meio apresentou um saldo positivo de um pouco mais de 2,6 milhões de metros cúbicos (m³), correspondendo a uma diferença de aproximadamente 9% entre o volume simulado e o realizado.
Com a alocação finalizada, o Açude Acarape do Meio encontra-se com um volume de 19,65 milhões de m³, equivalente a 67,13% da sua capacidade, conforme dados do Portal Hidrológico do Ceará.
